Porquê agricultura sustentável?
A exploração agrícola e florestal é atualmente a principal ocupação do solo, sendo os ecossistemas fortemente moldados por estas actividades, que, por consequência, correspondem às atividades humanas com maior impacto sobre a biodiversidade. Uma agricultura e silvicultura sustentável podem ser os alicerces de sistemas ecológicos saudáveis e diversos. No entanto, estes mesmos setores podem também constituir as principais ameaças à preservação da vida selvagem, da qualidade do solo e das águas.
Hoje em dia a agricultura tem um papel predominantemente destrutivo sobre a Natureza: é dependente de combustíveis fósseis e agroquímicos (agricultura industrializada), reduz a biodiversidade selvagem, erode e contamina os solos e polui a água e a atmosfera.
Felizmente existem alternativas, que consistem na criação de sistemas agrícolas adaptados localmente, à semelhança dos agroecossistemas tradicionais, fazendo um uso optimizado dos bens e serviços dos ecossistemas para os processos produtivos. Esta orientação é comum a todas as correntes de agricultura sustentável: agricultura biológica, agricultura biodinâmica, permacultura e agricultura natural, por exemplo.
No entanto, estas alternativas têm sido discriminadas ao nível da política agrícola, em favor da agricultura industrializada. Já é tempo de mudar a orientação política para que deixem de prosseguir as teorias económicas irracionais de aumento da competitividade, subordinadas ao dogma do crescimento económico ilimitado, em vez de prosseguir o bem-estar corrente das comunidades humanas e ecológicas.
A agricultura é a principal interface entre o Homem e a restante Natureza, o que a torna o ponto de partida por excelência para o desenvolvimento de uma interacção benéfica, subordinando as atividades humanas ao objetivo de assegurar a fertilidade e a capacidade de renovação da Natureza e do próprio Homem.